

O Douro é uma caixinha de tesouros e a sua história faz-nos apaixonar ainda mais por uma região considerada Património Mundial há 18 anos, pela UNESCO.
Fique a saber algumas curiosidades sobre esta região e como esta se tornou no esplendor que hoje vemos.
Na década de 70 foram criadas novas técnicas de plantação da vinha, em patamares, com muros de xisto a delimitar os diferentes níveis. Esta alteração ocorreu devido ao aparecimento da filoxera – uma praga de pulgão que destruiu as raízes das videiras.
Isto fez com que muitos dos melhores vinhos durienses fossem destruídos e levou à reconstrução e replantação das vinhas degradadas.
Esta alteração da paisagem pela atividade humana levou a que o Douro fosse considerado Património Mundial da Humanidade, em 2001, pela UNESCO.
Todos conhecemos o famoso barco Rabelo. Quando não existiam estradas ou caminhos de ferro apropriados, estes barcos eram o principal meio de transporte.
No entanto, o Rio Douro não era aquilo que conhecemos hoje. Era um rio turbulento e com pouca segurança antes da construção das barragens.
Os barcos Rabelo faziam o transporte das pipas de vinho desde o Douro Vinhateiro até Vila Nova de Gaia. Para navegar pelo rio eram necessários homens experientes. Eram necessários uma média de 12 homens para que o vinho chegasse intacto ao seu destino.
Estes utilizavam um longo remo para poderem controlar o barco e fugir dos obstáculos da corrente.
Para que conseguissem subir o rio os homens tinham que puxar os barcos através de longas cordas. Para evitar que o barco batesse nas bordas do rio, os marinheiros usavam o bicheiro – uma espécie de cana comprida com uma terminação em gancho.
Hoje em dia pode navegar num barco Rabelo em alguns dos cruzeiros no Douro que partem do Pinhão. O cruzeiro entre o Pinhão e o Tua consiste na viagem de ida e volta de barco, e é uma viagem de duas horas num troço de rio que não é visível a partir de estradas nacionais.
Dona Antónia Adelaide Ferreira. É um dos nomes mais reconhecidos e mais falados no Douro.
Uma das mulheres com maior destaque, continua a ter a sua história contada de geração em geração.
Foi dona de 35 quintas e foi a maior produtora de vinho da sua época.
Dedicava-se à sua região, ajudava as pessoas que trabalhavam nas suas terras, pagava os estudos dos filhos desses trabalhadores e investiu ainda na construção de hospitais e dos caminhos de ferro.
Curiosidade: Uma das lendas mais conhecidas que envolve a “Ferreirinha” é a do naufrágio de um barco rabelo.
Segundo reza a história, Dona Antónia Ferreira ia num barco com o Barão de Forrester, quando a embarcação se começou a afogar.
A “Ferreirinha” salvou-se, graças às saias de balão que usava e que a levaram a flutuar até à margem do Rio Douro.
O Barão de Forrester acabou por ser puxado para o fundo do rio por causa do cinto que usava, que se encontrava carregado de libras de ouro.
O início dos trabalhos de construção da Linha do Douro ocorreu em 1873.
Nessa época deu-se a construção de doze wagons (carruagens) mandados fazer na Companhia Real.
O preço de cada uma das carruagens era de 684$00, que corresponde a 3,40 €.
- As vindimas, onde são colhidas as uvas, são sempre feitas manualmente.
Reúnem-se famílias, amigos ou trabalhadores, de tesouras na mão, deixando cair as uvas nos cestos aos seus pés. O almoço acontece a meio da manhã e serve para descansar e pôr a conversa em dia.
No Douro as vindimas costumam ocorrer no mês de Setembro, mas podem prolongar-se até Outubro, dependendo do estado das uvas e se já estão prontas a ser colhidas.
Durante o Verão as uvas ganham cor, aroma e paladar, e no Outono apresentam as melhores condições para ocorrer a produção dos vinhos do Douro.
O pisar das uvas também é feito maioritariamente pelo homem, no entanto, já existem máquinas que fazem esse processo.
- O Vinho do Porto não pode ser comercializado por todas as pessoas na região do Douro Vinhateiro.
São utilizados instrumentos específicos para examinar e classificar as plantações das videiras.
Dependendo da inclinação da vinha e da sua exposição ao sol, é feita uma avaliação. Isto funciona através de uma escala, que vai dos 0 aos 1200 pontos, servindo para classificar as videiras nas categorias de A a F.
Dependendo da letra correspondente, os proprietários podem vender mais ou menos vinho. Por exemplo, o proprietário cuja videira for classificada com a letra A pode vender, anualmente, mais vinho do Porto que o proprietário que tiver a classificação F.
- A maior parte do Vinho do Porto produzido é exportado.
86% do Vinho do Porto que é produzido pelos responsáveis das quintas, é vendido para o mercado internacional.
Os maiores compradores são a França, a Inglaterra e a Holanda.
Um dos países que tem vindo a investir cada vez mais em provas de Vinho do Porto é o Brasil.
- As garrafas mais antigas de Vinho do Porto são abertas a fogo.
Estes vinhos vivem mais do que as suas rolhas, e se o vinho fosse aberto com o saca-rolhas tradicional, o mais provável é que a rolha se desfizesse para dentro do néctar, estragando assim o vinho.
É então utilizada uma tenaz, que é aquecida no fogo até ficar com a ponta avermelhada. Abraça-se a rolha da garrafa com a tenaz e de seguida é deitada água fria no gargalo, onde a tenaz deixou a sua marca.
Isto faz com o que o gargalo saia inteiro, com a rolha velha. O vinho está assim pronto a servir.
Este procedimento é feito essencialmente nas garrafas anteriores à década de 1980.
- Existem cerca de 33 mil viticultores no Douro.
Apesar de ser um número elevado, a maior parte desses produtores apenas têm 1 hectare de vinha.
Quando estes não fazem a produção do seu próprio vinho, reúnem pessoas para fazer a colheita e a pisa das uvas, e estas são vendidas a cooperativas ou a empresas produtoras de vinho.